quinta-feira, 19 de março de 2015

É todos os dias, mas falamos dele hoje

Não sabendo muito bem de onde surgiu, hoje, durante a hora de almoço, escrevi no meu mural do facebook um pequeno texto, que agora me apetece partilhar aqui. Deve ter algo a ver com uma tendência que tenho, que é a de pensar na sorte que tenho e depois lembrar das pessoas à minha volta que não têm a mesma sorte que eu. Escrevi isto: 


Não sei bem porquê, hoje ( hoje... ahaha ) estou um bocado piegas, mas vou tentar escrever isto sem chorar. Hoje é o dia do Pai. Eu tenho a sorte de ter o meu aqui a dois passos. De vez em quando faço-lhe um bolo de laranja e passamos algum tempo juntos. E é bom. Para quem já não o pode fazer, porque o Pai foi espalhar charme para outra freguesia ( no Céu ou arredores ), fica um beijinho e uma tentativa de palavrinha de consolo. Quando tiverem saudadinhas dele, quando tiverem vontade de estar perto dele, levantem-se do sofá ( aposto que é onde estão sentadas, suas lambonas! ) e vão ver-se ao espelho. A olhar para vocês estará a melhor coisa que ele podia ter deixado: vocês. Vocês são o resultado da melhor coisa que ele poderia ter feito na vida. Agora, para honrar a trabalheira que ele teve a aturar-vos e a criar-vos, façam o favor de serem felizes. Primento, por vocês, só porque sim, porque ser feliz até é fixe e coiso. Depois, por ele, que já não pode ser feliz aqui, nem comer caracóis nem malhar finos nem comer chocolate nem nada dessas coisas porreiras de que a vida é feita. Não vou identificar as pessoas em que estou a pensar, mas tenho a certeza certezinha que a carapuça vos vai assentar que nem uma luva. Vá, vão lá à vossa vidinha, mas FELIZES, han?? Bolas, disse que ia tentar não chorar... Oh well.. fica prá próxima!



O meu Pai, não sendo perfeito ( loooonge disso ), é o tipo silent partner da empresa que é a minha vida. Está sempre lá para mim, mas raríssimas vezes se manifesta. Não quero nem pensar no dia em que não o terei aqui comigo, daí ser eu a dar-lhe sermões cada vez que ele acende um cigarro à minha frente. 

A personagem cá da casa, que eu escolhi para um dia destes promover a meu marido e pai dos meus futuros/ hipotéticos filhos embirra com o dia do Pai. Mas também embirra com o dia da Mulher e com o dia dos Namorados e com o dia sei-lá-eu-do-quê. Se temos algo na nossa vida que valorizamos, não devemos estar à espera do dia que alguém inventou para o festejarmos e lhe darmos importância. E não é que o homem tem razão? Anyway, hoje é o dia do Pai, mas ontem também foi e amanhã também será, para quem tem um Pai no coração. 

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