terça-feira, 26 de abril de 2016

Nervos? Que nervos?

Eu até tenho bem presente a noção que um vestido é só um vestido. Que o foco deve estar no casamento "marriage" e não no casamento "wedding". Eu até estou a planear as coisas com alegria e ligeireza e divertimento, porque me dizem que esta é uma fase bonita e eu acredito, sentimo-nos muito entusiasmados quando estamos a tratar de algum preparativo, eu hoje até respondi com um encolher de ombros e um "nervos? que nervos?" quando me perguntaram que andava nervosa por causa dos preparativos. Mas depois lembrei-me. Já por três vezes sonhei que chegava o dia 31 de Dezembro e eu a) sem vestido b) sem penteado e make-up e unhas arranjadas c) sem o sítio do copo de água decorado.  Sim, o casamento faz-se na mesma sem nenhuma destas coisas. Sim, quero-as para tornar o dia AINDA mais especial. 

A minha versão de flores no cemitério

Faz amanhã anos que recebi um dos telefonemas que mais me partiu o coração, me tirou o chão debaixo dos pés, me arrancou um pedacinho de alegria que penso que nunca mais vou conseguir renovar. A morte da minha Avó. A voz da minha mãe a querer arranjar forças para me dar a notícia. Eu a adivinhá-la, mesmo antes da minha mãe falar. No jornaleco cá da terra, há a costumeira página de necrologia onde, claro, colocámos o anúncio do falecimento da minha Avó. Um dos meus tios escreveu o pequeno texto que acompanhava a foto no jornal. Um dos meus maiores orgulhos é ler esse pequeno texto e rever-me a mim em cada linha. "... só era feliz no meio dos seus...", "... via Jesus por baixo da roupa de cada necessitado..." ( para mim, a melhor definição de um bom cristão ). Sou muito do que a minha Avó era, tenho muito do que ela tinha. 
Por isso, quando hoje a minha mãe me telefonou e pediu que eu fosse amanhã ao cemitério colocar flores na campa dela, eu, como todos os anos, não achei que essa fosse a melhor forma de a recordar e homenagear. E desligo o telefone. Pouco tempo depois, entra-me no trabalho uma senhora amiga de uma querida cliente minha, que já está a viver no lar de idosos, porque a sua casa ardeu e não tem mais família. Long story short, fui fazer uma visita domiciliária ( não estão previstas no meu trabalho ) ao lar onde a senhora vive, ajudei-a no que ela precisava e fui à minha vidinha. Não contei à senhora porque é que lhe fiz isto, sair da minha rota para casa, andar quilómetros a pé para ajudar alguém. Fi-lo para honrar o que a minha Avó me deixou. Deixei flores em alguém que precisava de mim hoje. 

Ajudar quem precisa de nós, quando precisa de nós. Flores tinha a minha Avó no quintal dela, plantadas por ela. Boas acções plantou-as no meu coração.

Ainda me fazes falta, Avó. 

terça-feira, 19 de abril de 2016

Noiva report # 1

Lembro-me bem de ter 10 anos e estar muito entusiasmada com a festa e o vestido da minha primeira comunhão. Toda a gente com quem falava me ouvia com divertimento e partilhava do meu entusiasmo. Até eu falar disto com a minha Avó, que me disse que a verdadeira festa era eu e o Jesus ( na altura éramos tu cá-tu lá com o JC ) na igreja, não era o vestido nem a brincadeira com os primos a tarde toda no restaurante. Uma vez mais, a minha Avó a ensinar-me que o importante é o conteúdo, o interior, o que somos e sentimos e não o que vestimos. Preparou-me mais a minha Avó com esta conversa do que a catecista  em todo o ano de preparação da comunhão. 
Agora que estou prestes a casar, sinto-me com vontade de ensinar a muito boa gente esta lição que a minha Avó me deu a mim. O vestido de noiva é só um vestido, uma peça de roupa, a casca que vou usar num dia apenas, o que eu quero ver ao olhar-me no espelho nesse dia ( e o que quero que ele veja ) é o brilho dos meus olhos, a felicidade no meu sorriso e o amor no meu coração. É só um vestido.  

domingo, 3 de abril de 2016

Uma fatia de bolo e dois copos de vinho

Subiu hoje para quatro o número de pessoas que ia ao nosso casamento e já não vai porque.... morreu.


Foda-se, pah, começo a ficar farta desta merda!