terça-feira, 25 de novembro de 2014

Hoje não devia ser o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres

Menina assenta o passo
sem medo ou manha,
ou muito te passa da vida.
Tem que a ver quem faça
o que muito queira.
Caminha sem falsa fascinação.

O teu coração
ainda pára,
forçando a apatia p'lo medo de dançar.
Não se avista um dia
em que o ego não destrate
uma mais bela parte
escondida em ti.

Menina sê quem passa p'ra lá da ideia.
Quem muito se pensa fatiga.
Nem vais ver quem são,
seus olhos no chão,
os que andam p'ra ver-te vencida a ti.

O teu coração
sem querer dispara
força e simpatia ao Ser que te vê dançar.
Vai chegar o dia em que o medo não faz parte
e, por muito que tarde, esse dia é teu.

Desfaz o Nó,
destrava o pé,
desmancha a traça e avança.
Chocalha o chão,
esquece os que estão,
rasga o marasmo em ti mesma.

Vê corações,
na cara que pões,
vira do avesso esse enguiço.
Desamordaça a dança pra te convencer.

O teu coração
sem querer dispara
força e simpatia ao Ser que te vê dançar.
O teu coração ainda pára,
forçando a apatia p'lo medo de dançar.




Esta é a letra de uma música que adoro. E logo eu, que ligo tanto às letras das músicas, que raríssimas vezes digo que gosto de uma música sem antes dissecar todas as palavrinhas, nunca tinha ligado esta música a uma realidade que conheço bem e que amava que nem sequer existisse. Hoje ouvi-a no "contexto" do Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres e a letra ganhou para mim todo um novo sentido. Revi-me tanto nesta letra. Relembrou-me o quanto dói. Vou ser tão feliz no dia em que ninguém sinta esta dor. 

Fica a música. 




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