domingo, 16 de novembro de 2014

Há coisas que dói escrever

Não consigo sequer imaginar a dor que vive agora no coração daquele Pai e daquela Mãe. Mas tinha tanta, tanta, tanta, tanta fé na garra daquela menina que passei os últimos dias a imaginar o bolo de primeiro aniversário que iria fazer em honra dela. Um bolo de Margarida, claro. A menina nasceu num dia que para mim é muito especial, é o dia de aniversário da minha Mãe.  E pessoas que nascem nesse dia têm que ser pessoas de muita garra e muita força. A Margarida não resistiu aqui. Mas aquela mini pessoa deu-nos uma lição enorme. Numa altura em que toda ( quase ) toda a gente conta os trocos para chegar ao fim do mês, os pais conseguiram uma ajuda financeira incrível. A Margarida relembrou o bom que há no povo Português, a generosidade de que somos feitos, a bondade que troika nenhuma consegue fazer desaparecer. Por norma, tenho alergia a cliches, mas se eles existem, é por alguma razão. E aqui, ficou provado que a união faz de facto a força. Verdade que juntos não conseguimos salvar a Margarida. Aliás, dinheiro nenhum do mundo a conseguiria salvar. O nosso dinheiro serviu apenas para tirar um peso enormíssimo decima dos ombros daqueles pais, a quem era pedido que pagassem o bem mais precioso do mundo, a saúde. Não, o nosso dinheiro não a salvou. Mas a Margarida, na sua gigantesca pequenez ensinou-nos que só não conseguimos o que não queremos. Estou certa que se a vida dela dependesse exclusivamente de dinheiro, ele ia aparecer. tenho a certeza absoluta. Obrigada, Margarida, por teres inspirado o País a unir-se para te ajudar. Obrigada por, com o teu tamanhinho, teres feito nascer um coração colectivo tão grande. Descansa agora, pequenina. 


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