sexta-feira, 17 de julho de 2015

Há 21 anos senti a minha primeira grande perda

Até gostava de escrever qualquer coisa hoje. Mas sem chorar. O sorriso dele era o mais cómico e o mais genuíno ( como me parece que são os sorrisos de todos os Rodrigos ). Não havia guloso como ele ( eles ) e a coisa mais ternurenta que já ouvi na vida, ouvia-a da boca dele. Lembro-me dele sempre que sinto o cheiro de serradura ou de cola branca de madeira ou quando vejo receitas de trufas de chocolate ou os rebuçados do dr bayard. Gosto mais do Inverno porque posso vestir o casaco cinzento de lã e fingir que ele me está a abraçar, nem me importo que pique. Levanto os olhos do ecrã e reparo que na foto que tenho dele na estante, tem esse casaco vestido. Aproveito para limpar os olhos e continuo a tentar escrever alguma coisa de jeito. Imagino que está à minha frente sempre que sinto a paciência a escapar-me no trabalho, trato todos como se fossem o meu Avô, porque afinal de contas, eles também são avôs de alguém e era assim que gostaria que tratassem do meu Avô Rodrigo. Tenho dois Rodrigos no Céu. Tenho saudades dos dois.

3 comentários:

  1. Gostamos de netas blogosféricas, em geral, e de ti, em particular, e este texto deixou-nos de lágrima no canto do olho... <3

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  2. Que tenha sido de emoção boa. Boas notícias da mãe?

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    1. Vamos começar agora a responder às mensagens pendentes e já tínhamos lido as tuas. Vai ter de ser operada, mas como por enquanto está melhor, já veio até casa. Obrigada! Beijinhos

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