É tudo aquilo que escrevi e também é isto:
Na sexta feira senti, principalmente, tristeza. Muita tristeza. Por cada vida que se extinguiu prematuramente às mãos de gente cujas motivações não consigo entender e me recuso a entender. Mas é preciso fazer um esforço. Há, pelo menos, que tentar entender o que querem causar com estas acções, e fazer exactamente o contrário. Querem-nos aterrorizados, fechados em quatro paredes, com medo de fazer uma vida normal, apanhar um transporte para o trabalho, ir tomar um café, ouvir uma banda, viver com a despreocupação e leveza das pessoas normais? Respondamos "não". Querem fazer-nos crer que está em curso uma guerra civilizacional, em que somos nós contra eles, que temos de pegar em armas para sobreviver, que há que retaliar, e com as mesmas armas, a mesma violência, antes que eles nos exterminem? Gritemos "não". Querem despertar-nos o ódio pelo outro, pelo diferente, pelo estrangeiro? Mais um "não". Querem que tranquemos as portas a todos os que, também em desespero, nos procuram como abrigo? Simplesmente: não. Querem-nos despir da alegria, ver-nos sucumbir ao medo irracional, recusar o abraço, a empatia, a humanidade? Definitivamente, "não". Não ao ódio, à vingança, à desconfiança. Não, não serei refém voluntária desta gente. Não, mil vezes não. E não me tornarei o reflexo deles, mil vezes não.E, no meio dos relatos de horror, há algo que sobressai e sobreviverá: a solidariedade de gente anónima, o apoio de pessoas que abraçaram, consolaram, salvaram até outras pessoas. Aí sim, está a resposta. Tantos exemplos.Quanto aos outros, repito e subscrevo John Oliver: fuck these assholes.
Lido e secundado em Carências Efectivas.
E haverá mais para escrever. Assim encontre as palavras certas.
Bem dito (escrito).
ResponderEliminarIndeed.
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