quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Keep calm que nós estamos aqui

há dias em que me apetece ser ladra. Da tristeza e dos problemas de algumas pessoas. Hoje é um desses dias. Desde o telefonema que recebi há horas, tenho, por um lado, o coração mais pequenino, encolhido de tristeza, por outro, ele expande para nele caber a esperança de que tudo vai ficar. EU SEI que tudo vai ficar bem.   Há-de passar, comadre, há-de passar. E depois vais olhar pelo espelho retrovisor e respirar de alívio. Devia ser obrigatório haver um máximo legal de sofrimento que uma pessoa teria por ano. E por vida também. Enquanto esse respirar de alívio não chega, é bom lembrarmo-nos disto:



Também há dias assim, diz que faz parte

chegar a casa cansada depois de um dia de trabalho em que não se fez nicles, zero, bola, nada, nadinha ( NADA DESTA BIDA ) é o equivalente profissional a magras a queixarem-se a gordas daquele pneuzinho miscroscópico? Estarei mesmo a pedir que alguém desempregado, ou alguém que efectivamente hoje trabalhou que se fartou , me mande a um sítio pouco fofinho? Ou haverá alguém que me compreende? Alguém...? Cucu..? Estás aí..? Ok, estou a falar para o boneco. E quê? Tenho estado a falar para o boneco até aqui e isso não me impediu de continuar. A outra da tv enche chouriços a falar da chuva que não cai e da inundação que não há. O homem está a ver o benfica e isso é código para "não fales comigo nos próximos 90 min". Falar para as paredes também não, que já vimos que isso não é nada produtivo e não me leva a lado nenhum. E assim sendo, eu encho os meus chouriços aqui, que este barraco é meu e quem manda sou eu e vou gastanto as teclas do meu velhinho pc e o pc também é meu e eu gasto-lhe as teclas como me apetecer. Pois que estou cansada, chateada, com saudades daqueles dias em que não sei para onde me virar, em que preciso de 4 olhos e 8 mãos e digo aos meus velhinhos que "agora dava-me jeito ser um polvo" e eles, coitados, acham piada ao que eu digo. E já agora, com saudades dos resultados desses tais dias malucos de trabalho, que é como quem diz, ganho ( ganhava ) comissões, que no fim do mês não era mais feliz, mas tinha mais dinheiro e o casaco da outra era mesmo giro e até o experimentei na loja e ficava-me mais giro a mim do que a ela e ficou lá porque coiso. Estou que nem posso, é o que é. Não me consigo aturar. Nem consigo estar ao pé de mim. PQP.   


Entretanto, o benfica acabou. O benfica perdeu, pelo que acho que a neura é geral no agregado familiar que aqui vive. Vamos dar uma volta e comprar chocolates. Té logo! 

Ver tv com som off

ou como encher chouriços, falar muito e não dizer nada. 

Chego a casa, o homem vê o Benfica dele no computador e a tv está ligada sem som, num dos canais de informação. Entra uma menina em directo e nas "gordas" do ecrã lê-se INUNDAÇÕES EM LISBOA. Na rua de onde a menina está a fazer o directo nem chove nem há água na rua. Para isso, bastava a Alberta dizer: está tudo bem, pessoal, podem arrumar as galochas, sigam com as vossas vidinhas em paz. 
Mas o casaco da menina do directo era muita giro. 

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Hoje não devia ser o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres

Menina assenta o passo
sem medo ou manha,
ou muito te passa da vida.
Tem que a ver quem faça
o que muito queira.
Caminha sem falsa fascinação.

O teu coração
ainda pára,
forçando a apatia p'lo medo de dançar.
Não se avista um dia
em que o ego não destrate
uma mais bela parte
escondida em ti.

Menina sê quem passa p'ra lá da ideia.
Quem muito se pensa fatiga.
Nem vais ver quem são,
seus olhos no chão,
os que andam p'ra ver-te vencida a ti.

O teu coração
sem querer dispara
força e simpatia ao Ser que te vê dançar.
Vai chegar o dia em que o medo não faz parte
e, por muito que tarde, esse dia é teu.

Desfaz o Nó,
destrava o pé,
desmancha a traça e avança.
Chocalha o chão,
esquece os que estão,
rasga o marasmo em ti mesma.

Vê corações,
na cara que pões,
vira do avesso esse enguiço.
Desamordaça a dança pra te convencer.

O teu coração
sem querer dispara
força e simpatia ao Ser que te vê dançar.
O teu coração ainda pára,
forçando a apatia p'lo medo de dançar.




Esta é a letra de uma música que adoro. E logo eu, que ligo tanto às letras das músicas, que raríssimas vezes digo que gosto de uma música sem antes dissecar todas as palavrinhas, nunca tinha ligado esta música a uma realidade que conheço bem e que amava que nem sequer existisse. Hoje ouvi-a no "contexto" do Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres e a letra ganhou para mim todo um novo sentido. Revi-me tanto nesta letra. Relembrou-me o quanto dói. Vou ser tão feliz no dia em que ninguém sinta esta dor. 

Fica a música. 




domingo, 23 de novembro de 2014

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Aprender alguma coisa todos os dias

Ainda ontem sorri para dentro enquanto ouvia a avózinha babada explicar-me como se fosse a ciência mais desconhecida de todo o sempre que a neta ia fazer 3 anos quando acabasse de ter 2. O meu lado cínico, que eu pensava não existir, resolve dar um ar da sua desgraça nos momentos em que me sinto mais cansada e senti-me a revirar os olhos àquela explicação. A sério?? A sério que depois do 8 bem o 9?? Possa, pah, quem diria.... Mas no fundo, achei-lhe piada ( e uma pontinha de inveja por aquelas netas terem ali a avó tão pertinho a babar só de falar delas ). 

Ora não esperava era logo um dia depois do meu ar achas que me estás a ensinar alguma coisa, oh velha?! hoje conhecer um jovenzinho de 88 anos, olhos azuis lindos, mãos delicadas e desenhadores de uma linda caligrafia, a ensinar-me o código morse de que se lembra todinho de cor dos tempos em que foi radiotelegrafista. Veio hoje o sr X. responder pela sra Y. de ontem: sim, podemos ensinar-te muita coisa. Basta quereres aprender. Agora, se quiser, já posso escrever um post em morse.









( reler este post sempre que estiver com vontade de me queixar do meu trabalho )

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Há dias de marasmo. E depois já dias como o de hoje. 


Rafinha:  Sr X, já foi ao médico dos ouvidos?

Sr X: Oh menina, não queira lá saber.... então o sr dr. deu-me um tiro na orelha!!! Mas olhe que não me fiquei, fiz reclamação, a cadeira onde ele me sentou não era das boas... 

Aula de matemática

Na empresa onde trabalho, uma pessoa de 80 anos é considerada um jovenzinho que ainda está a crescer. A maior parte dos clientes é malta crescidinha, como eu gosto de os chamar. Por isso, o tema netos é muitas vezes o prato do dia. 

Hoje, na sala de espera:

Rafinha: Então, sra X, e netinhos, tem?

Sra X: Ai menina, tenho sim, quarto, são uns amores... ( mesmo que não fossem, ela diria que sim).

Rafinha: Ah que querida, avózinha babada.... E já são crescidinhos? 

Sra X: Olhe menina, o rapaz, o A., tem 9, vai fazer 10. E as meninas são 3. A B. tem 5, vai fazer 6, a C. tem 4, vai fazer 5 e a mais pequenina, a D., tem 2, vai fazer 3.




Se eu não soubesse já, hoje seria o dia de aprender a contar. 

domingo, 16 de novembro de 2014

Há coisas que dói escrever

Não consigo sequer imaginar a dor que vive agora no coração daquele Pai e daquela Mãe. Mas tinha tanta, tanta, tanta, tanta fé na garra daquela menina que passei os últimos dias a imaginar o bolo de primeiro aniversário que iria fazer em honra dela. Um bolo de Margarida, claro. A menina nasceu num dia que para mim é muito especial, é o dia de aniversário da minha Mãe.  E pessoas que nascem nesse dia têm que ser pessoas de muita garra e muita força. A Margarida não resistiu aqui. Mas aquela mini pessoa deu-nos uma lição enorme. Numa altura em que toda ( quase ) toda a gente conta os trocos para chegar ao fim do mês, os pais conseguiram uma ajuda financeira incrível. A Margarida relembrou o bom que há no povo Português, a generosidade de que somos feitos, a bondade que troika nenhuma consegue fazer desaparecer. Por norma, tenho alergia a cliches, mas se eles existem, é por alguma razão. E aqui, ficou provado que a união faz de facto a força. Verdade que juntos não conseguimos salvar a Margarida. Aliás, dinheiro nenhum do mundo a conseguiria salvar. O nosso dinheiro serviu apenas para tirar um peso enormíssimo decima dos ombros daqueles pais, a quem era pedido que pagassem o bem mais precioso do mundo, a saúde. Não, o nosso dinheiro não a salvou. Mas a Margarida, na sua gigantesca pequenez ensinou-nos que só não conseguimos o que não queremos. Estou certa que se a vida dela dependesse exclusivamente de dinheiro, ele ia aparecer. tenho a certeza absoluta. Obrigada, Margarida, por teres inspirado o País a unir-se para te ajudar. Obrigada por, com o teu tamanhinho, teres feito nascer um coração colectivo tão grande. Descansa agora, pequenina. 


domingo, 9 de novembro de 2014

Natal e Dia dos Namorados é quando uma mulher quiser

e para mim, este vídeo junta os dois. 




Oficialmente inaugurado o espírito natalício 2014. 

Sou uma quê?

Ontem, enquanto eu fazia o jantar e chorava por causa das p**** das cebolas:

Ele: Tu para mim és uma cebola invertida.  


Eu: Oi? Sou o quê?


Ele: És uma cebola invertida. Não me fazes chorar, fazes-me rir.




É por estas e por outras, meu menino.... 

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Quem?

Mas quem é que se lembra de começar um blog quando tem o computador prestes a dar o berro? Pois.... Eu.

Só para ser diferente

...e para não ser igual a todos, podia começar por despedir-me do blog e dos meus leitores ( aqueles que não tenho, até porque ainda não sabem que isto existe). Mas não, desta vez, e só para ser diferente, começo por um simpático e costumeiro "Olá". Fofinha, não sou? Também acho que não. 
Bem, vamos a isto, que ainda agora é agora e isto só acaba no fim. A ver se nos divertimos todos um bocadinho. Sejam benvindos que eu também sou, onde vou por bem.